terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Movimento Psicodália & Terreno Baldio(1976)


Esse é um post especial dedicado ao que chama-se Movimento Psicodália, estivemos lá Ibiaçu, Preto(Rodrigo), Luiz e eu. Vai ser impossível lembrar de tudo e vou levar horas pra escrever assim como você vai demorar pra ler, mas vamo aí na atenção flutuante. As porteiras da fazenda Evaristo abriam as 12h do dia 30 de dezembro, partimos de São Paulo as 4 da manhã e chegamos em Rio Negrinho-SC as 12h30, ou algo assim. O lugar era bem arborizado e a estrutura pelo menos pra mim tava de bom tamanho. Banheiros com água quente, espaço para camping não faltaria jamais, conveniente chegar cedo pra escolher um bom lugar, quiosques para oficinas, vendinhas de roupas, vinil, artesanato e CDs e EPs das bandas do festival e alimentação variada.
As oficinas aconteciam durante e agradavam a todos os públicos, principalmente as crianças que acamparam com os pais, como me disse um casal com duas filhinhas quando eu elogiei a atitude de levá-las: "Pelo menos a gente tá plantando a semente!"(risos). Também teve uma oficina chamada "Músicas do Mundo" que pude participar onde aprendi e ouvi muita coisa boa, realmente aqueles caras tinham CDs com sons de tudo quanto é canto, já me comprometi há tempos a escrever sobre músicas tradicionais e o poder dos sons, principalmente oriental, um dia eu escrevo e posto.

(Clique na foto para ampliar)

Pelo que entendi haviam dois palcos, pois é(risos), um que ficava logo em frente ao "saloon", ponto de venda de bebida, um grande salão fechado onde a galera socializava e também rolava coisas programadas como o Teatro Psicodélico de Fantoches, com uma trilha que ia desde AC/DC passando por Pink Floyd e repleta de Beatles(se eu conseguir um vídeo do teatro, posto aqui), e coisas não-programadas como uma batucada brutal dos percussionistas presentes; as jams com violão e o que fosse de instrumento e instrumentista que aparecesse, álias, na verdade jams lá aconteciam em qualquer lugar e o tempo todo, o Ibiaçu compôs uma música que foi batizada de Psicodália, fez com uns camaradas lá vizinhos de barraca numa sentada só e ficou muito boa! O maluco da banda Mescalha, Henrique Medina tocava muito também no saloon, mandou vários Doors, Mutantes, acompanhado de outros dois que eu não lembro o nome que mandavam bem também, o show da banda Mescalha(Paraná, http://www.myspace.com/bandamescalha) foi bem loco nas músicas deles fazem usos de efeitos que dão uma pegada psicodélica sem deixar de ser rock 'n' roll, deu pra ver que eles curtem muito Doors e incorporaram muito deles.
Porra, tem muito show que eu gostaria de ver denovo, o Pata de Elefante(http://www.patadeelefante.com/), na minha opinião a melhor banda do festival depois dos Mutantes(beleza, comparação infeliz). O Pata surpreendeu mais ainda tocando "Dor de Siso", uma das nossas favoritas, do primeiro álbum e que eles não tocavam ao vivo há três anos, nem parecia. "Dor de Siso" traz acelerações cada vez maiores de ritmo intercaladas com a melódia devagar da música, esses dois elementos acabam por entortar seu cérebro, durante a performance, cada vez é um dos três que traz um arranjo(daqueles que evocam novas dimensões) para puxar a virada que acelera o ritmo ainda mais, chegando a um ponto que o baixo é uma coisa sobrehumana, a guitarra chega na nota mais alta e a bateria parece que vai estourar. E mais surpreendente ainda foi "Isto é o que eu tenho pra dizer", que eu já havia visto ao vivo duas vezes, mas dessa foi ainda melhor, sem brincadeira, quem sabe ainda vai rolar um post especial sobre o Pata aqui.


Zé Trindade(Minas Gerais, http://www.myspace.com/zetrindademg), um power trio que envolve influências dos anos 70, posso dizer de boca cheia que vendo eles tocar lembrei do Cream, BBA, Led Zeppelin, até Hendrix. Durante o show parecia que eles iam ficando cada vez mais introsados e mostrando improvisos absurdos. Mas eles também não deixam de lado uma pegada brasileira, com letras caipiras engraçadas e ritmos dedilhados no violão muito finos. Uma das músicas foi apresentada pela boca do próprio baterista como uma homenagem ao Led e ao bonzo, não me lembro o nome, cabulosa, outra também muito louca chamava-se Jimi Renda-se, mas o "Blues das Pererecas" é obrigatório! O Pretôncio até comprou o CD, então podem esperar por um post.
Mas voltando um pouco, dia 30 já começou bem com uma banda de blues muito boa, Eletric Trip(www.myspace.com/etblues), influenciados pelos anos 60, Hendrix, Canned Heat, Freddie King e Johnny Winter.
Por outro lado haviam duas bandas de progressivo que se destavacam muito, uma é a paulistana Massahara(http://www.myspace.com/massahara), um som muito frito e pesado(o Preto vai postar depois também), ouvi dizer que o baterista que tocou no Psicodália é outro não tão bom quanto o anterior e que talvez a banda viesse a acabar por conta disso e outros problemas, torçamos para que não... e a outra delas estou colocando pra download hoje, Terreno Baldio(http://www.terrenobaldio.com.br/) fez o último show do último dia do Psicodália as 16h, banda dos anos 70 conhecida como o Gentle Giant e Jethro Tull brasileiro, só músicos excepcionais fritando com letras "despertantes", muita harmonia carregada de psicodelismo, solos virtuosos de subidas e descidas saltadas impecavelmente em meio a melodias cheias de felling por parte do guitarrista Mozart Mello, João Kurk faz o vocal atingindo agudos que combinam bem com a música, como se não bastasse ainda tem um teclado foda por conta de Roberto Lazzarini e o violino de Cássio Poleto, a bateria Edson Ghilardi e as psicodélicas linhas de contrabaixo são de Renato Muniz ; o consagradíssimo álbum de 1976 está aqui hoje para download, todas as faixas são muito boas, destaques para "Água que corre", "Este é o lugar", "A Volta", "Grite" e "Loucuras de amor"; com certeza eles brisavam no livro "A Poética do Espaço" do filósofo Bachelard(risos). Poderia ficar horas escrevendo e lembrando de muitas bandas ainda que marcaram presença, mas melhor não forçar tanto a memória e torcer pela permanência da arte.




















Setlist:
01. Pássaro Azul
02.Loucuras de Amor
03.Despertar
04. Água que corre
05. A volta
06. Quando as coisas ganham vida
07. Este é o lugar
08. Grite
(320kbps)
Download MediaFire
Download 4shared

Ia colocar ainda um prometido disco do The Who ao vivo, mas fica pra outra por que eu sei que vai outro texto gigante junto e eu não falei nem de um terço das bandas do Psicodália. Então vou deixar umas fotos que eu selecionei do Jhoni Olinger e da Patrícia Soransso, uma das quais eu apareço perdido. Dezenas de fotos e vídeos podem ser vistas no site do Psicodália(http://www.psicodalia.mus.br/) ou no orkut do Olinger. Deixo também um vídeo da grande atração do festival, Os Mutantes tocando "Tecnicolor" no segundo dia do ano, gravação de um doido da platéia, mas em boa qualidade; cá entre nós o Sérgio Dias mandou ver, nem disse nada sobre eles porque seria desnecessário, simplesmente orgulho de ser brasileiro. Um abraço, muita paz e luz pra todos e até mais ver.



3 comentários:

  1. hehe tem uma foto q tem uma plaquinha : temos seda

    ResponderExcluir
  2. Ahh tava revirando umas coisas do meu amigo Jhoni Olinger no Google e acabei achando nossos nomes juntos. Que legal! Adorei saber que minhas fotos estão aqui também! ;) um abraço

    ResponderExcluir